Ban Ki-moon: É preciso coragem para enfrentar os que usam a violência para impor vontade ou crença

Mensagem do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para o Dia Internacional da Não Violência (2 de outubro)

Escultura pela não violência (“Knotted Gun”), do sueco Karl Fredrik Reuterswärd, na entrada da ONU em Nova York. Foto: ONU/Paulo Filgueiras
Escultura pela não violência (“Knotted Gun”), do sueco Karl Fredrik Reuterswärd, na entrada da ONU em Nova York. Foto: ONU/Paulo Filgueiras

“Hoje celebramos o aniversário de Mahatma Gandhi e seu legado de não violência. Gandhi mostrou-nos como é possível se opor à opressão, injustiça e ao ódio de forma pacífica. Seu exemplo inspirou muitas outras pessoas que fizeram história, como Martin Luther King Jr, Václav Havel, Rigoberta Menchú Tum e Nelson Mandela.

A sua mensagem para cada um de nós tem como objetivo defender a dignidade humana, rejeitar a intolerância e trabalhar para um mundo onde as pessoas de todas as culturas e crenças vivam juntas com base no respeito e na igualdade.

A não violência não é inerte ou passiva. É preciso coragem para enfrentar aqueles que usam a violência para impor a sua vontade ou crenças, é preciso determinação para enfrentar a injustiça, discriminação e brutalidade e dessa forma exigir respeito pela diversidade e pelos direitos humanos fundamentais.

Coragem também é essencial para sair de conflitos e negociar pacificamente. A não violência precisa de líderes – nos países, nas comunidades e em casa – apoiados por um exército de pessoas corajosas preparado para exigir paz, liberdade e justiça.

As Nações Unidas defendem a solução pacífica das disputas e o fim de todas as formas de violência, tanto as perpetuadas pelo Estado quanto as embutidas na cultura e nas práticas, como a violência e intimidação das quais muitas mulheres e meninas são vitimas. O fim de tal violência pode começar com cada um de nós – em casa, nas escolas e nos locais de trabalho. A violência pode ser contagiosa, mas o diálogo pacífico também pode sê-lo.

As Nações Unidas também estão empenhadas em eliminar a pobreza no espaço de uma geração. A pobreza é um terreno fértil para a violência e o crime; é inerentemente violenta às necessidades e aspirações das pessoas mais vulneráveis do mundo.

Por isso é que damos tanta relevância para o cumprimento da promessa dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015 e na formulação de uma nova agenda do desenvolvimento com a pobreza na sua essência e o desenvolvimento sustentável como sua orientação.

Enquanto a população aumenta e as pressões no planeta também, temos, ao mesmo tempo, que levar em conta a violência que infligimos na natureza.

Enquanto definimos nossa visão para um futuro sustentável, temos que nos guiar pelo imperativo de ‘não fazer mal’ às pessoas ou ao planeta.

Neste Dia Internacional da Não Violência, peço aos cidadãos de todo o mundo para se inspirarem na coragem de pessoas como Mahatma Gandhi. Virem as costas à divisão e ao ódio. Defendam o que está certo e justo. Trabalhem com seus companheiros para um mundo repleto de justiça duradoura, paz e prosperidade para todos.”

Saiba mais sobre o Dia: http://bit.ly/17UMO0