Dia Internacional para Reflexão do Genocídio de 1994 em Ruanda, por Ban Ki-moon

Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para a data em 2013. O Dia é lembrado anualmente em 7 de abril.

“No 19.º aniversário do genocídio em Ruanda, lembramos as mais de 800 mil pessoas inocentes que perderam suas vidas; honramos os sobreviventes cuja resistência continua a nos inspirar; e louvamos aqueles — muito poucos, de forma trágica — vieram em defesa dos demais seres humanos.

Renascido das cinzas do genocídio, Ruanda forjou um novo caminho, avançando em direção a uma sociedade mais justa e pacífica. Eu encorajo o povo e o Governo do Ruanda a continuar a promoção do espírito inclusivo e do diálogo necessário para a recuperação, reconciliação e reconstrução.

A Organização das Nações Unidas trabalha todos os dias para extrair ensinamentos de Ruanda e para evitar a repetição de tal horror. O meu Assessor Especial para a Prevenção do Genocídio monitora o mundo para detectar sinais de potenciais problemas. A “responsabilidade de proteger” assumiu o seu lugar como um novo princípio global. Estamos fortalecendo as nossas capacidades de mediação, de investigação, diplomacia preventiva e resolução pacífica de conflitos. E estamos nos centrando nos procedimentos especiais e outros mecanismos de direitos humanos da ONU, que desempenham um papel crítico de alerta precoce.

Também fizemos grandes avanços contra a impunidade. Genocidas suspeitos e outros potenciais criminosos de todo o mundo já sabem que eles vão ser responsabilizados perante o Tribunal Penal Internacional, outros tribunais internacionais ou tribunais nacionais. O Tribunal Penal Internacional para Ruanda continua a fazer justiça, com a cooperação do Ruanda e outros estados. A justiça penal internacional é uma prova da nossa determinação coletiva para enfrentar os crimes mais hediondos. A nova era de responsabilidade é real.

A prevenção do genocídio é uma responsabilidade partilhada. Os Estados devem respeitar suas obrigações sob o direito internacional para prevenir abusos e proteger suas populações. Coletivamente, temos de ir além das palavras e efetivamente proteger as pessoas em risco. E individualmente, devemos nutrir a coragem de cuidar – e a determinação para atuar. Só por esses desafios é que podemos combinar com a determinação dos sobreviventes e verdadeiramente honrar a memória daqueles que morreram em Ruanda há 19 anos.”

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Saiba mais sobre a data no seguinte link: http://bit.ly/Zws1CD