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Violência faz PMA suspender atividades no sul do Sudão

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) suspendeu nesta quinta-feira (28/04) as operações para entregar ajuda em duas regiões do Sudão, após os ataques diretos à agência e a seus funcionários nas últimas semanas. Autoridades da ONU têm demonstrado preocupação com o aumento da violência no sul do Sudão, região que se tornará independente em 9 de julho. Centenas de pessoas foram mortas devido aos conflitos entre forças do Governo e grupos de milícias.

Na última sexta-feira (22) o funcionário local, Santino Pigga Alex Wani, foi morto no estado de Jonglei. Também houve relatos de violência no estado de Lakes, depois que um caminhão contratado para entregar 16 toneladas de ajuda ao programa de alimentação escolar foi rendido por membros do Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA). A violência ameaça a entrega de ajuda no próximo mês para mais de 240 mil pessoas que vivem nestes estados.

A porta-voz do PMA, Amor Almagro, pediu ao Governo do sul do Sudão que forneça garantias de proteção aos funcionários e parceiros da agência que trabalham na região. Ela pediu também que as autoridades locais realizem uma investigação completa sobre os assassinatos da última semana, afirmando que os autores dos crimes devem ser punidos.

A agência está trabalhando em conjunto com outros órgãos humanitários da ONU e com funcionários da segurança para lidar com a situação e determinar quando as operações poderão ser retomadas. “Os trabalhadores humanitários devem poder dar continuidade às suas funções”, ressaltou Almagro.

ACNUR demonstra preocupação com deslocados na Colômbia

Por meio de um comunicado à imprensa o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) demonstrou nesta quarta-feira (27/04) preocupação com a situação de centenas de pessoas na Colômbia, que têm deixado suas casas devido ao aumento da violência entre grupos armados ilegais que lutam pelo controle da mineração e da agricultura de coca no oeste do país.

De acordo com a agência, os deslocamentos começaram em março, quando a situação da segurança começou a deteriorar. Vários assassinatos foram relatados na cidade de Agua Clara, às margens do Rio Anchicaya. Mais de 800 afro-colombianos e populações indígenas também estão sendo forçados a deixar suas casas. Mais de 1.800 pessoas das regiões de Valle del Cauca, Cauca, Choco e Narino procuraram abrigo em áreas mais seguras nos últimos dois meses, com medo de serem atingidas pela violência.

Equipes do ACNUR estão visitando as áreas afetadas e monitorando a situação para coordenar a ajuda. Além de se deparar com casas trancadas e pertences abandonados, as equipes notaram também que a presença dos grupos armados interrompeu aulas e as atividades agrícolas. O Governo colombiano está fornecendo assistência e proteção aos deslocados.

ONU quer que governos e sociedade combatam intolerância

Chefe da Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio, emitiu comunicado após ataques que mataram várias pessoas no Afeganistão incluindo funcionários das Nações Unidas.

A Aliança das Civilizações, uma iniciativa apoiada pela ONU para aproximar povos e culturas do Ocidente e do Oriente, pediu a governos e sociedade civil que façam mais para combater a intolerência.

O apelo foi lançado, neste domingo, pelo chefe da Aliança e ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio.

Ações e Palavras

Desde a sexta-feira, várias pessoas foram assassinadas em ataques no Afeganistão por causa de protestos contra um grupo religioso nos Estados Unidos, que queimou uma cópia do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.

Jorge Sampaio disse que o silêncio, nessas horas, pode ser visto como consentimento. Ele afirmou que as ações e palavras do líder religioso Terry Jones são ofensivas e perigosas. E disse ainda que nenhuma religião tolera “o massacre de inocentes”.

Entre as vítimas fatais no Afeganistão estão três funcionários das Nações Unidas que trabalhavam no Centro de Operações da cidade de Mazar-e-Sharif, no norte do país. No ataque, também morreram quatro guardas nepaleses que faziam a segurança do local.

Sampaio condenou a violência e disse que intolerância e extremismo têm que ser combatidos, a longo prazo.

Ele encerrou o comunicado pedindo a governos, líderes religiosos e à sociedade civil que aumentem seus esforços e cooperem com a Aliança das Civilizações da ONU para confrontar a intolerância.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU

ONU envia tropas para proteger civis em meio ao crescente aumento da violência na Costa do Marfim

A Missão de paz das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) enviou tropas para  o oeste do país para proteger cerca de 10 mil civis que procuram refúgio em uma igreja em meio à crescente preocupação internacional com a situação humanitária. Tropas foram enviadas para Duékoué e Yamoussoukro, capital do país, para proteger os deslocados internos e outros civis que fugiram devido aos conflitos entre as forças aliadas do ex-Presidente,Laurent Ggabo, e do vencedor das eleições presidenciais, Alassane Ouattara.

“A situação humanitária é dramática e o sofrimento da população aumenta a cada dia”, afirmou o porta-voz da Missão, Hamadoun Touré. Ele disse que as prioridades da UNOCI são prevenir e evitar que atrocidades sejam cometidas contra civis – independentemente de sua posição política, etnia ou religião – e de aliviar a dor dos deslocados internos.

Mais de um milhão de pessoas está deslocada desde que a violência se instaurou na Costa do Marfim após as eleições presidenciais em novembro. A ONU alertou para o agravamento da situação humanitária, que levou muitas pessoas a fugiram para países vizinhos, principalmente a Libéria, onde há agora grande tensão em relação à disponibilidade de recursos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) relatou que houve também um “êxodo em massa” dos residentes de Abidjan, maior cidade costa marfinense, devido ao medo de que a violência atinja em breve a cidade.

O Chefe da ONUCI e Representante Especial do Secretário-Geral, Y.J.Choi, tem estado em contato com as partes envolvidas no conflito para buscar uma solução para a crise, enquanto as forçar militares da Missão estão realizando patrulhas regulares em Abidjan e outras áreas em risco iminente, para prevenir futuros ataques contra civis. Cerca de 500 pessoas já foram mortas no conflito.

Costa do Marfim: helicóptero da ONU é alvo de ataque

A Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) condenou nesta terça-feira (29/03) o ataque contra um de seus helicópteros pela Força Republicana da Costa do Marfim (FRCI). Apesar dos disparos feitos, o helicóptero não foi atingido. A FRCI apoia Alassane Ouattara, eleito presidente em novembro, mas que ainda aguarda a posse devido à recusa de Laurent Ggabo a deixar o poder.

Em outro incidente violento, forças pró-Ggabo atiraram contra civis no subúrbio da capital comercial, Abidjan, matando dezenas de pessoas. Por meio de um comunicado, a ONUCI questionou se, diante do aumento da violência, o Presidente Ggabo ainda teria o controle sobre suas forças e aliados. “A ONUCI acredita que é imperativo acabar com este ciclo de violência através de uma solução definitiva para este impasse político, acabando com o sofrimento da população da Costa do Marfim.”

A crise política no país já levou 116 mil pessoas a se refugiarem em países vizinhos como Gana, Togo, Mali e, principalmente, Libéria, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), por sua vez, disse que o apelo para o fundo de assistência aos refugiados na Libéria foi revisado, à medida que as exigências quase triplicaram.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) anunciou que vai focar em três tarefas na Costa do Marfim: levar 800 mil crianças de volta à escola, garantir serviço básico de saúde para mães e crianças e fornecer acesso à água e eletricidade para aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. De acordo com a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fadéla Chaib, uma campanha de vacinação contra a febre amarela foi lançada em 25 de março, e continuará até 1° de abril, alcançando cerca de dois milhões de pessoas.